segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Lei e a Graça


A Lei e a Graça
Estudando a História  da Igreja, ao chegar na chamada Reforma Protestante, me assusto ao ver o número  de homens importantes que apoiaram Lutero e, por interesses próprios, se  levantaram contra o Papa e contra a autoridade da Igreja. Entre outros, temos  os chamados “Humanistas” que, na sua maioria, não queriam saber do “Só a graça,  só a fé e só as Escrituras”, e sim, de centralizar o homem, seus desejos e  vontade, no poder e na autoridade que, antes, pertencia a    Igreja.
Não sei se esses  homens se tornaram protestantes, sei, porém, que protestantes de nome e de  renome não estão contribuindo para que os pensadores e os filósofos acreditem  que o Deus da Lei é o mesmo Deus da Graça. O humanismo que domina e predomina a  pregação de muitos, faz do Deus da Lei um Deus desumano e, até, cruel.
Se não, vejamos: O  que você acha da frase “dente por dente e olho por olho?” Pertence a “idade da  pedra?” Aos “homens da caverna?” Ou é a frase mais justa que a Lei poderia  produzir? Quanto vale um olho? Um olho vale um olho. Quanto vale um dente? Um  dente vale um dente. Dentro desta verdade, quanto vale uma vida? Uma vida vale  uma vida. Quando falarmos sobre a graça, te darei minha opinião sobre a pena de  morte, porém, só para polemizar, na lei vigente, se eu me levantar contra você,  e te matar; por ser primário, terei uma condenação de vinte ou trinta anos. Se  tiver bom comportamento, com dez ou quinze anos, estarei livre, leve e solto.  Quem tem ou recebeu autoridade sobre esta terra, para determinar que dez ou  quinze anos da minha vida, paga a vida do meu próximo?
Quem já estudou as  Dispensações Bíblicas sabe que o Senhor vai se revelando, ao homem, através de  pactos e alianças, de uma maneira lenta e evolutiva, até chegar na Plenitude da  Revelação, que é o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (a Graça). Porém, o  Senhor não faz nada que seja indigno DELE. Se você balança a cabeça e embrulha  o estômago quando o Senhor manda matar até os “bebês que estão amamentando”,  você está com problemas, está influenciado pelo humanismo, está com uma visão  distorcida da eternidade e está transformando o Deus da Lei em um monstro,  cruel e desumano.
Você acredita no  Velho Testamento? Acredita que o Senhor é o mesmo? Que ELE, desde o princípio,  é um Deus de misericórdia e um Deus amoroso? Você acha que Deus só se fez  presente quando revelou os dez mandamentos ou ELE continuou presente na  legislação, de Moisés, para o povo de Israel? Logo após descer do monte com os  mandamentos e, entre eles, o “não matarás”; Moisés reúne os seus legisladores e  determina que “quem praticasse a Idolatria, deveria morrer apedrejado.” “Quem  desobedecesse a Pai e Mãe, quem adulterasse, quem praticasse a feitiçaria…  deveriam morrer. E aí? Deus estava nesse negócio ou não?
Na Dispensação da  Consciência, quando Caim matou Abel, Deus não permitiu que ele fosse morto. A violência  tomou conta da terra. O Senhor mandou o dilúvio. Quando Noé e seus familiares  saem da Arca, ainda sobre o monte, o Senhor falou: “Agora, o homem que derramar  sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado.” Era o início da  Dispensação do Governo Humano. Então, para o mundo que iria se iniciar com seus  filhos, quem matasse deveria morrer. Quando Deus resolve fazer uma Nação  Sacerdotal e diferenciá-la do restante do mundo, estabelece, para esse povo  especial, que não só quem matasse deveria morrer, mas qualquer que “quebrasse”  qualquer dos mandamentos, deveria morrer. Os Ocidentais acham que estão certos  por sentirem tamanha repugnância pela morte física. Admitem que são pecadores,  porém, não querem receber o salário do pecado. Fogem da morte como o diabo foge  da cruz. Fazem qualquer coisa para que seus anos de vida sejam acrescentados.  Esquecem que Jesus morreu para que conquistemos a VIDA ETERNA e não para nos  livrar da MORTE FÍSICA.
Muito bem, não somos  pregadores de morte, mas de vida e vida com abundância. Precisamos, porém,  analisarmos o que está acontecendo no mundo. Não podemos concordar e nem nos  conformarmos com esse sistema. Se os Humanistas não estão sob influência  maligna, porque aceitam os presídios que possuímos? Por que um homem não pode  ser castigado, fisicamente, porém, pode ficar em um pequeno quadrado, com mais  de dez homens com ele, olhando um para o nariz do outro, noite e dia sem fazer  nada? A Bíblia ordena o trabalho. O quadro é patético e desumano. Como a  sociedade pode crer que tal regime e tal condenação podem recuperar alguém? Por  que não presídios agrícolas? Por que os presos não trabalham para se sustentar  e sustentar os seus familiares? Por que esse quadro macabro não tira o sono dos  humanistas e defensores dos direitos humanos? Se não fosse a pregação da  Palavra e o trabalho de Evangelização em presídios, dificilmente alguém se  recuperaria.
Muito bem, estamos  na Dispensação da Graça, o Senhor Jesus veio e nos revelou tudo, o que  precisamos saber sobre Deus. Será que ELE anulou a LEI? Será que a Graça é  liberdade total? Ou nosso adversário está trabalhando e nos trazendo confusão?  No próximo mês discutiremos o valor da Graça, sem desprezarmos a importância da  LEI. AMÉM? M A R A N A T A!



José Pereira Sotero
Pastor e professor de heresiologia entre outras matérias no Centro de Formação Teológica em Guarulhos, SP (CEFORTE)
Publicado em 2/1/2011