A ELEIÇÃO E OS ELEITOS
Rom. 12: 1 e 2
Antes de conversarmos sobre o tema, estava “passeando” no facebook e vendo alguns ex-alunos dando notícias e contando as bênçãos conquistadas. Entre outros, notei que alguns, que foram bem próximos, ocuparam lugares que foram históricos em nossa vida Ministerial. O jovem Estevan, está em Corumbá, MS, nosso primeiro “Campo Missionário”. O jovem Deosvaldo, está em Tangará da Serra, MT, nosso segundo campo. O jovem Vágner, em Cuiabá, MT, nosso terceiro campo. Um trabalho que começamos do zero. O jovem Mateus Coelho, sobrinho do Bispo Sinvaldo e do Pastor Silmar, em Campos do Jordão, SP, nossa quarta nomeação. Todos foram nossos alunos. É . . . parece que estamos, mesmo, ficando “velho”. Agradecemos, ao Senhor, por podermos ter chegado até aqui. Vivemos para a Glória do Senhor e, por ela, morreremos, também.
Antes que alguém me critique por achar que estou me exaltando, conheci pessoas, no Rio de Janeiro, que fizeram mais pelo Sr. Leonel Brizola( fundador do Partido Democrata Trabalhista, já falecido. Fez parte da minha juventude de militância política ) e pelo P.D.T. do que eu, e muitos, por Jesus e pela nossa amada Denominação. Pessoas que fizeram mais pela “Mangueira” e pela “Beija flor”, do que os Obreiros, pela seara do Senhor. Pessoas, que fizeram mais pelo “Flamengo” e pelo “Vasco”, sem esperarem ou receberem nada “de volta”, que muitos de nós, que além das bênçãos recebidas, queremos reclamar “direitos adquiridos”.
Portanto, amados, não se preocupem. Não estou me exaltando, tenho os “pés no chão” e sei que não passo de um “servo inútil”.
Sobre o tema, aviso aos “Teólogos de plantão” que não vou falar sobre “os eleitos”, “os escolhidos” e os “predestinados”. Quero falar sobre algo que está invadindo a Igreja do Senhor e nos fazendo “parecer com esse mundo”. O texto, que transmite um conselho do grande Apóstolo do Senhor, diz para não nos “conformarmos” com esse Sistema. O Senhor quer que a SUA Igreja seja diferente. Sei que há outras práticas, tão perigosas quanto, que, também, estão “minando” os nossos costumes e valores, porém, recebi orientação para falar sobre a eleição e os eleitos, dentro da Igreja.
Creio que tudo que a Liderança Espiritual, da Igreja do Senhor, puder fazer para que a mesma não “tome a forma” desse Sistema, será aprovado e abençoado por Jesus, o “dono” da Igreja. É possível se fazer “campanhas” para cargos Eclesiásticos ? Se isto já está acontecendo, como será daqui a dez anos ? Nossa Igreja ainda não tem meio século. Esta geração que, hoje, lidera, não verá nossa Denominação chegar ao seu Centenário. A nova geração está vindo com tudo. As vezes, achando que não fizemos o que se deveria fazer para a Igreja crescer e se modernizar mais. Se não vigiarmos, seremos, no futuro, uma Denominação grande e moderna, como muitas outras, sem o diferencial e o referencial Wesleyano, pelo qual tanto brigamos e defendemos.
Um jovem, que foi líder regional da Juventude Wesleyana e que, hoje, está em outra Denominação; contou-me, em uma certa ocasião, que esteve em um Concílio de uma Igreja reconhecida, nacionalmente, vendendo produtos e materiais Evangélicos, e que, aterrorizado, presenciou os Pastores, candidatos a cargos Eclesiásticos, distribuindo camisetas e “santinhos” da sua candidatura. É possível a Igreja do Senhor chegar a esse ponto ? Que eu morra antes de ver tamanho “mundanismo” no “arraial dos Santos”.
Lendo a nossa “Revista Histórica”, tomei conhecimento do testemunho dos nossos Obreiros que chegaram ao Bispado e, todos, foram unânimes em dizer que não buscaram isso. Aconteceu como uma consequência natural da dedicação e dos trabalhos prestados, por todos eles. A Democracia é um bom regime, porém, não é Teocracia. Na Democracia, a ideia predominante é que: “A voz do povo é a voz de deus”. Por isso, a vontade da maioria( a vontade de deus ), prevalece e tem que ser respeitada. Isto vai de encontro ao ensinamento Bíblico que diz que são poucos os que se salvam; e que são poucos os que aceitam e praticam a “verdade do Senhor”. Portanto, as multidões e a maioria não estão com a verdade nem estão fazendo a vontade do Senhor.
Certa vez, em uma Assembleia local, coloquei, para concorrer com o líder dos jovens, um recém batizado que eu gostaria que auxiliasse na liderança dos jovens, da Igreja. Era um jovem abençoado que gostaríamos de ver auxiliando o trabalho da Juventude. Qual não foi a nossa surpresa, quando o vimos ganhar do líder atual, por uma diferença de votos, considerável. Aprendi, ali, que o povo é emotivo e, a maioria, não sabe votar. Votam em popularidade e não em maturidade e capacidade. Nunca mais, em meu Ministério, fiz uso dessa Democracia. Me reúno, com o Presbitério, e escolhemos nomes de pessoas responsáveis e maduras para a cédula. Qualquer das pessoas que forem eleitas, respondem, positivamente, as exigências do cargo e da Denominação.
Na Igreja local, por não haver ganhos financeiros nem “grande status”, nacional; não há campanha. Porém, nos cargos Regionais e Gerais, já começamos a contemplar “roupas com cheiros e manchas do pecado”. Colegas, pelos “corredores”, pedindo:”Votem em mim, votem em mim!” O que os nossos Líderes Espirituais poderiam fazer para evitar esse descaminho ?
Creio que aqueles que possuem autoridade e competência para nos ajudar a prestar um “verdadeiro culto racional”, deveriam selecionar os nomes por capacidade e dons Ministeriais, demostrados ao longo da história de cada candidato. Se meu Ministério se destacou em Missões, concorro para as Secretarias de Missões( Regional e Geral ). Se em Educação; para as de Educação. Se em Ação Social, para as de Ação Social … etc. Após escolher quatro ou cinco nomes, como evitar que o mais popular e o mais conhecido seja o eleito ? Como evitar que tais colegas peçam votos aos seus amigos e parentes ?
Lançando sorte. O que ? Como assim ? Sim senhor, fazendo o que os Apóstolos fizeram para escolher o substituto de Judas: Lançando sorte ( Atos 1: do 23 ao 26 ). O nome dos candidatos, reconhecidos pelos trabalhos e dons demostrados, seriam colocados em uma caixa ou urna e, após uma oração, alguém seria convidado a retirar um nome. O nome retirado, seria o escolhido pelo Espírito Santo. Sem campanhas, sem votos, sem popularidade pessoal, sem favores dos amigos mais chegados . . . sem semelhança com o Sistema Mundano, que “cheira a carne e ao pecado”.
A ideia pode te parecer absurda, porém, nos livraria de caminharmos em direção a um sistema eleitoral popular, democrático e “mundano”. Atribuiríamos a Eleição e os escolhidos e eleitos da nossa Igreja, à obra Santa e Teocrática do Espírito Santo.
Se você compartilha dessa nossa preocupação com o futuro da nossa Denominação e gostaria que os nossos Líderes Eclesiásticos fossem escolhidos sem campanhas e sem votos da maioria, comece a orar sobre o assunto. A oração, dos que creem, pode muito em seus efeitos, Amém ? Maranata !
Pastor e Professor José Pereira Sotéro.