sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"Quando "a hora" é chegada"

Quando “a hora” é chegada”
João 17: 1

Sou uma pessoa muito “frágil”. Fui educado para depender, totalmente, do Senhor. Se sinto que fiz algo que desagradou ao Espírito Santo, preciso, rapidamente, me concertar com ELE, do contrário, me entristeço de tal maneira que perco a razão para viver. Não estou citando isso como qualidade ou como defeito; estou te dizendo como sou. Admiro pessoas que são capazes de fazer “mirabolantes planos” e executá-los, na maioria das vezes, com a “força do próprio braço”. Sou, mesmo, um Satélite. Sem o “Sol da Justiça”, não tenho luz, não tenho brilho . . . não tenho razão para existir.
Me lembro que o saudoso Bispo Onaldo “brincava”, comigo, quando era “nosso SD”, dizendo: “ A única coisa boa que você possui, é o “Pereira”    (Onaldo Rodrigues “Pereira” - José “Pereira” Sotéro ). Ele acreditou no meu chamado e, pessoalmente, me levou, em seu carro, para nossa “Casa de Profetas”, em Nilópolis, RJ. Tenho me esforçado para honrar a confiança de homens, como ele, que me estenderam a mão e me auxiliaram na “lida Ministerial”. Sei que sou um “chamado fora do tempo” e que, entre os Obreiros do Senhor, sou o que “não é digno de ser chamado Obreiro”, porém, pela graça e misericórdia, do Senhor, vou seguindo em frente e cumprindo uma “carreira que me foi proposta pelo meu Mestre.”
Sobre o tema, acima, quero te contar uma história linda e comovente que vivi, exercendo meu Ministério, em Campos do Jordão, São Paulo. Entre outras “ovelhas”, o Senhor me deu um empresário, do ramo de alimentação ( Restaurantes ), que muito marcou meu Ministério. Nós o batizamos em Taubaté, na Igreja sede, do Pastor e SD José Admar Lopes. Ele, quando estava para ser mergulhado nas águas, foi visitado, poderosamente, pelo Espírito Santo, recebendo, assim, a confirmação da sua “entrada para o Reino de Deus”.
Tínhamos uma comunhão muito grande. Ele era uma “criança na fé” e, como tal, dava-nos um “trabalho razoável”. Quando saímos de férias, por uns vinte dias, ele se aborreceu com algo que aconteceu, na Igreja, e se desviou. Quando chegamos, fomos atrás dele e o trouxemos, de volta. Iríamos ter, por aqueles dias, um "Retiro Espiritual", em Campos do Jordão. Todo o Distrito de Taubaté estaria lá. Nós o convencemos a participar do mesmo. Minha família, do Rio de Janeiro, estaria comigo e participaria, também. O Pastor Admar havia convidado nosso amado Pastor e Bispo Elisiário, para estar conosco, no Sábado, penúltimo dia do Retiro.
Naquele sábado, ensolarado, o irmão Dário, esse era o seu nome, estava radiante. Na hora do almoço, “sumiu” ele e o Bispo Elisiário. Me lembro que fui até o meu SD e perguntei: - “Onde está o Bispo Elisiário ?” Ao que ele respondeu: -”Saiu, por aí, com aquela “sua ovelha” !” Nós estranhamos, pois, nosso Bispo almoçaria conosco. Lá pelas catorze ou quinze horas, eu o encontrei eufórico e faceiro: - “Não sou fraco, não! Levei nosso Bispo para almoçar no meu Restaurante.” Ele parecia uma criança que havia acabado de ganhar um caro e lindo brinquedo.
Enquanto conversávamos, ele disse: -”Amanhã, Domingo, quero levar sua família para almoçar no meu Restaurante. Quando a reunião terminar, chame-os para o carro e vamos sair fora.” E, assim, ficou combinado. Minha família ia voltar ,para o Rio, na noite de Domingo; pois, exceto minha mãe, meus irmãos iriam trabalhar segunda feira, pela manhã.
No Domingo, ele estava mais alegre, ainda. Nunca o tinha visto, assim. Estava todo de branco, calça, camisa e sapatos, brancos. Pastor Admar, no encerramento, chamou à frente quem havia sido renovado, naquele Retiro. Ele foi um dos primeiros a se levantar. Acabado, ali, saímos rumo ao seu Restaurante. No caminho, me ocorreu que a minha família iria embora sem conhecer nossa Igreja. Falei, com ele, se era possível passar na Igreja, por cinco minutos, para que mostrasse o Templo para os meus. Ele concordou e assim foi feito.
Quando ele estacionou, na porta da Igreja, disse que permaneceria no volante. Desci, abri a Igreja e mostrava, a mesma, para minha família. De repente, ouvimos uma buzina disparar. Quando cheguei na porta do templo, ele estava com a testa encostada na buzina, ocasionando o disparo. Falei, com ele, e não houve resposta. Pedi, aos meus, que me aguardassem na Igreja, empurrei o seu corpo, já sem vida, para o lugar do carona e saí, em disparada, para o hospital. Não havia mais nada a ser feito. O Senhor o havia tomado, para SI.
Como esquecer aquele dia ? Minha mãe, minha irmã e todos os demais, ficaram perplexos com “tão linda partida”. Liguei para o Bispo Elisiário, para comunicar o fato e dizer que, agora, entendia porque o Senhor fez com que o Bispo o atendesse naquele pedido. Nosso Bispo tinha compromisso e não pôde comparecer no enterro. O velório, na Igreja, foi tão concorrido que, até, o Prefeito veio se despedir dele. Sua hora era chegada e Deus glorificou o SEU NOME.
Nos últimos dias, do saudoso Bispo Gessé, fui visitá-lo, em Petrópolis, RJ. Eu e a “Missionária” Janete Noce, sua “comadre”, dos tempos da Igreja Metodista. Estivemos em sua sala e oramos, com ele. Havia um quadro, um desenho da sua face, feito à mão, em sua sala e desejamos fotografar o mesmo. Depois, tiramos algumas fotos, com o Bispo e fomos embora. Estávamos em Mato Grosso, nessa época, e tiramos muitas fotos nos lugares por onde passamos. Todas saíram, menos as que tiramos na sala do nosso Bispo. Após o seu falecimento, nunca conseguimos explicar ou entender esse fato.
Desde criança, ouço falar em “boa morte”. O que seria uma “boa morte”?  A morte sempre será ruim. Existe uma “boa morte” ? Hoje, entendo que sim. Passar, daqui para a Eternidade, de uma forma tranquila e digna, com consciência do “dever cumprido” e convicto de estar no “Centro da vontade do Senhor”, pode ser considerada uma “boa hora” e uma “boa morte”. Amém ? Maranata !

Pastor e Professor José Pereira Sotéro. 

Um comentário:

Rodiyeria Maciel Sotéro disse...

É uma experiência e tanto, partir desta maneira para o Senhor, com certeza é a forma mais gloriosa. Primeiro venho o renovo, depois o presente (a companhia do Bispo) enfim pronto para a partida. Por este motivo precisamos estar sempre preparados, viver o agora como se fosse o último momento de nosso viver e assim passar para a eternidade confiante no Senhor.